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Roleta do genocídio: um livro urgente

Atualizado: 7 de abr. de 2021


A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. É urgente falar sobre isso. É urgente agir diante disso. E Daniel Brazil não se omite. Com sua poesia pulsante e visceral, expõe suas experiências, memórias, revolta e dores. Mas, ao contrário do que possa parecer à primeira vista, esse não é um livro sobre morte, mas sobre a existência de quem fica, de quem está próximo daqueles que partem com a interrupção da vida pelos diversos mecanismos genocidas da sociedade e do Estado. "Por quanto tempo dói a lembrança dos que nunca voltam?", o autor pergunta num dos poemas. Mas esse também é um livro sobre resiliências, sobre afetos e sobre a força do povo preto e sua condição histórica de resistência, como expressa no poema que fecha o livro: "A cada chibatada/ Um fio grisalho./ A cada estupro/ Um fio grisalho./ A cada bala/ Um fio grisalho./ A cada lágrima, infarto, aborto, suicídio,/ Enlouquecimento/ Um fio grisalho." Roleta do genocídio é um livro urgente e necessário.

Daniel Brazil é cria do Encontro, em Engenho Novo (zona norte do RJ), onde aprendeu que ler não é meramente juntar palavras e lhes conferir sentido lógico. Contrariando os cursos da vida, tornou-se poeta. Participou de duas residências literárias, uma como escritor e a outra como editor. Desde de 2015 toca o projeto Literatura de Gaveta. É editor e cofundador da Oríkì Editora. Publicou dois contos na coletânea “Grãos imastigáveis: contos favelofágicos” (Bando Editorial Favelofágico, 2015) e uns poemas na coletânea “Porremas: escreva muito bêbado; edite de ressaca” (Mórula Editorial, 2018). Também organizou, editou e contribuiu com dois poemas para a coletânea Favela em mim (Oríkì, 2019). Lançou Roleta do Genocídio em 2020, seu primeiro livro solo.

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